O Senhor dos Anéis: Jornadas na Terra Média é um jogo de tabuleiro cooperativo para 1 a 5 jogadores que une mecânicas modernas, um app obrigatório e o universo riquíssimo de Tolkien. Criado pela Fantasy Flight Games, ele mistura exploração, narrativa, combate tático e evolução de personagens ao longo de uma campanha com 14 cenários conectados. Mas será que tudo isso realmente se traduz em uma experiência memorável na mesa? Neste artigo, vamos analisar todos os pontos fortes e fracos do jogo e responder à pergunta: vale a pena jogar?
Como é jogar Senhor dos Anéis: Jornadas na Terra Média?
A experiência começa com a escolha do personagem e da função (Bardo, Capitão, Caçador, etc.), que determinam as cartas que compõem o baralho pessoal. O app guia toda a jornada, apresentando cenários, inimigos, objetivos e narrativa imersiva — como um mestre de RPG digital.
A mecânica central gira em torno das cartas: não há dados. Testes são feitos ao revelar cartas do baralho e contar os ícones de sucesso. Os jogadores também podem “preparar” cartas no início do turno, garantindo habilidades únicas e aumentando a estratégia envolvida.
As partidas são divididas em turnos com duas fases:
- Fase dos heróis – movimentar, interagir ou combater.
- Fase das sombras – o app executa eventos e ativa inimigos.
Há evolução ao longo da campanha, permitindo adquirir cartas mais poderosas e aprimorar o personagem — ainda que esse progresso seja mais lento do que o ideal.
Tá, mas vale a pena jogar?
É fácil de começar?

Não exatamente. O jogo é carregado de regras, tags, palavras-chave e baralhos diversos: itens, medo, dano, apetrechos, terreno, vantagens… tudo com textos que exigem atenção. Para iniciantes, a primeira partida pode parecer confusa e até arrastada, ultrapassando facilmente as 3 horas. No entanto, após esse primeiro obstáculo, a curva de aprendizado melhora bastante e a experiência se torna mais fluida.
Ponto de atenção: a fonte pequena nas cartas também pode dificultar a leitura, especialmente em partidas noturnas.
A imersão no universo de Senhor dos Anéis funciona?
Sim, e de forma brilhante. O app não apenas narra a história, como apresenta escolhas que afetam o rumo da campanha. As decisões não são apenas cosméticas: elas moldam o caminho dos jogadores e tornam a aventura mais pessoal. Existe um verdadeiro senso de progressão, mesmo que lento, e os textos do app são bem escritos, envolventes e mais objetivos do que em jogos similares.
Entretanto, vale notar que os personagens jogáveis são os clássicos como Aragorn, Gimli e Legolas. Para quem esperava criar um personagem próprio e viver uma história original dentro da Terra Média, pode soar limitante.
É possível viver uma aventura diferente a cada vez?
Sim. Apesar da campanha seguir um roteiro geral, o jogo inclui eventos randômicos, caminhos alternativos e recompensas únicas, como cartas de Título. O baralho individual, as escolhas no app e até os testes variáveis fazem com que cada campanha possa ter um tom diferente.
No entanto, o fator de repetição ainda depende da chegada de novas campanhas e expansões, algo que a Fantasy Flight costuma fazer bem — embora nem sempre com disponibilidade imediata no Brasil.
O sistema de cartas é mesmo bom?
É excelente e uma das grandes inovações do jogo. Em vez de rolar dados, os jogadores compram cartas do próprio baralho e tentam revelar ícones de sucesso. A preparação de cartas antes dos testes permite uma antecipação estratégica muito satisfatória. Além disso, cada carta de habilidade oferece uma ação ou vantagem específica, personalizando a jogabilidade de cada personagem.
A interação com o baralho pessoal não só substitui bem os dados, como dá ao jogador um senso de controle que raramente se vê em jogos de aventura.
Dá para jogar solo?
Sim, e de forma muito satisfatória. O app ajuda a gerenciar tudo, o que facilita a vida de quem joga sozinho. O desafio é manter o controle de múltiplos personagens — o recomendado é jogar com pelo menos dois — o que pode tornar a experiência um pouco cansativa. Ainda assim, é um dos melhores jogos solo dentro do gênero de exploração cooperativa com narrativa.
Perguntas frequentes
1. O jogo é compatível com jogadores iniciantes?
A princípio, não. A quantidade de regras, baralhos e ícones pode ser intimidante para novos jogadores. Mas, com um pouco de paciência e após a primeira partida, a curva de aprendizado suaviza consideravelmente.
2. O aplicativo é obrigatório?
Sim, é essencial. Ele conduz a história, gerencia os eventos, inimigos, textos e mapa. Sem ele, o jogo não funciona. Felizmente, o app é gratuito, bem feito e não exige conexão constante.
3. As decisões impactam a história?
Sim! As escolhas feitas ao longo da campanha moldam os caminhos possíveis, os desafios e as recompensas, trazendo uma camada de profundidade narrativa muito interessante.
4. O jogo é repetitivo?
Não exatamente. Apesar de certas estruturas se repetirem (como movimentação e testes), o baralho pessoal, o texto do app e as ramificações da campanha garantem boa rejogabilidade.
5. Vale a pena jogar solo?
Vale sim. A experiência solo é bem suportada, graças à presença do aplicativo. Pode exigir mais organização, já que o jogador controla vários personagens, mas funciona muito bem.
Senhor dos Anéis: Jornadas na Terra Média vale a pena?
Sim, vale muito a pena para o público certo.
Se você busca um jogo cooperativo com forte apelo narrativo, aprecia o universo de Tolkien, curte a ideia de evoluir personagens e prefere cartas em vez de dados, este é um prato cheio. A fluidez do gameplay, o sistema estratégico de cartas e a qualidade do app tornam cada sessão imersiva e divertida.
Por outro lado, é preciso estar disposto a enfrentar uma curva de aprendizado inicial e aceitar que certos elementos, como loot escasso e inimigos pouco variados, não são perfeitos. Para jogadores que valorizam imersão, narrativa e cooperação, Jornadas na Terra Média é um dos melhores jogos modernos disponíveis.
Se você é fã de Mansions of Madness, Imperial Assault ou Descent com app, provavelmente vai amar este título. Para quem prefere experiências mais rápidas ou avessas ao uso de tecnologia na mesa, talvez seja melhor procurar outras opções.