Ontem à noite vivi uma das experiências mais imersivas e divertidas que já tive com um jogo de tabuleiro narrativo. Foram cerca de quatro horas de jogo com dois bons amigos, explorando Legacy of Dragonholt, e posso dizer que a mistura entre “escolha sua própria aventura” e um toque de Sherlock Holmes: Consulting Detective me ganhou logo de cara.
- Unique gaming experience set in the rune bound universe
- Detailed character creation book offers endless customizable characters
- Includes six immersive, thrilling quests in Terrinoth
A criação de personagem foi um dos momentos mais divertidos. É um processo rápido, mas extremamente livre: você escolhe raça, classe, de 5 a 8 habilidades e pode inventar todo o histórico e personalidade do seu herói. Cada decisão influencia na sua resistência (stamina), o que cria um dilema interessante entre versatilidade e durabilidade.
Um dos meus amigos decidiu ser um Humano Selvagem, um verdadeiro líder cavaleiro, com habilidades como Arqueria, Devoção e Empatia. A outra amiga viu que dava para jogar como um homem-gato e nem pensou duas vezes: virou uma ladra astuta, cheia de furtividade, lábia e capacidade de sobreviver nas ruas. Eu completei o trio com um Elfo Sábio arrogante e culto, focado em História, Raciocínio e Magia, mas que também sabia duelar e encantar plateias.
A primeira aventura, “To New Roads”, foi o teste perfeito para entender a mecânica central do jogo: o sistema de fichas de ativação. Cada jogador só pode tomar decisões principais quando sua ficha está ativa, e isso cria uma dinâmica deliciosa. Às vezes, você está no controle e consegue brilhar com as habilidades do seu personagem. Outras vezes, você é obrigado a agir fora da sua zona de conforto – e é aí que a história ganha vida.
Houve momentos épicos, como nosso líder usando a Arqueria com maestria, e outros hilários, como quando fiquei com a decisão final e, fiel ao meu elfo acadêmico e preguiçoso para esforço físico, escolhi o caminho mais fácil – mesmo sabendo que provavelmente ia nos trazer problemas.
O mais incrível é que não existe aquela pressão de “vencer”. Não é um jogo para quem quer quebrar o sistema ou criar o personagem mais poderoso. É para quem gosta de viver uma boa história, com altos e baixos, e aceitar que nem sempre as decisões vão te levar pelo caminho mais seguro.
Esse jogo é ideal para quem?

Se você gosta de narrativas interativas, RPGs de mesa mais leves e jogos cooperativos onde a história é mais importante que a vitória, Legacy of Dragonholt é um prato cheio.
Quem mais vai gostar
- Grupos que gostam de roleplay e interpretação de personagens.
- Jogadores que curtem criar histórias coletivas.
- Pessoas que preferem cooperação a competição.
- Quem quer um jogo mais acessível do que um RPG tradicional, mas ainda com profundidade narrativa.
Talvez não seja para
- Jogadores que querem “quebrar” o sistema ou montar o personagem mais otimizado.
- Quem busca um desafio estratégico profundo com vitória/derrota claras.
- Grupos impacientes que não curtem ler e interpretar muito texto.
Se você procura um jogo competitivo para “ganhar” e otimizar cada jogada, passe longe. Mas se a sua vibe é criar um personagem interessante e embarcar numa aventura cheia de surpresas, recomendo fortemente Legacy of Dragonholt. Para mim, foi uma noite de pura narrativa compartilhada, e já estou ansioso pela próxima sessão.