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Expeditions, esse board Game é Bom?

Após o sucesso monumental de Scythe, a expectativa para Expeditions — também da Stonemaier Games — era inevitavelmente alta. Vendido como uma “continuação espiritual” ambientada no mesmo universo pós-guerra alternativo e steampunk criado por Jakub Rozalski, o novo jogo prometia explorar novas mecânicas e expandir a narrativa visual que cativou tantos jogadores.

A proposta do jogo

Em Expeditions, os jogadores assumem o controle de um piloto, um companheiro e um mech em busca de glória e conhecimento nas regiões misteriosas ao norte. Em vez de um jogo de controle de território como Scythe, aqui temos um eurogame de ação eficiente com foco em engine building leve, coleta de cartas e movimentos em um tabuleiro modular de hexágonos.

O jogo é centrado em ações sequenciais e limitadas: mover, usar cartas, coletar trabalhadores, “vanquish” (banir corrupção), “meld” (fundir meteoritos com itens) e finalmente “boast” — ação necessária para ganhar estrelas e encerrar a partida. Mas, diferente de Scythe, as estrelas não são obtidas automaticamente, e sim através de uma ação específica em certos locais do mapa, o que contribui para o ritmo mais arrastado da experiência.

Como é a Experiência de jogo

Enquanto Expeditions impressiona com produção de qualidade, miniaturas imponentes e arte belíssima, muitos jogadores relatam que a sensação de “descoberta” termina cedo demais. O tabuleiro modular, que inicialmente oferece um ar de exploração, logo se revela pequeno e limitado — especialmente em partidas com quatro ou cinco jogadores, onde a exploração se esgota rapidamente, dando lugar a uma rotina repetitiva de coleta e reciclagem de cartas.

Além disso, a mecânica de “boast” — que deveria ser o clímax do jogo — acaba sendo um freio no ritmo, exigindo que os jogadores cheguem a um tile específico e gastem uma ação apenas para marcar pontos. Quando revelada no meio da partida, essa mecânica causou frustração em diversos grupos que esperavam um sistema mais direto, similar ao de Scythe.

Como é o multiplayer do jogo

Diferente de Scythe, onde o mapa era vivo, cheio de tensão e diplomacia silenciosa, Expeditions sofre com uma baixa interação entre os jogadores. Na maior parte da partida, cada um parece jogar sozinho, com interferência mínima entre as ações alheias. O máximo de interação ocorre ao “bloquear” hexágonos momentaneamente ou pegar uma carta antes de outro jogador.

Essa característica pode funcionar bem para partidas a dois jogadores, onde a competição por espaços é mais intensa, mas em grupos maiores, a sensação geral é de uma aventura solitária em um mapa compartilhado.

Pontos positivos: produção, arte e potencial para expansão

Apesar das críticas, Expeditions tem suas qualidades:

  • Produção impecável, com peças de qualidade, arte cativante e tabuleiro modular que muda a cada partida.
  • Mecânicas de engine building que, quando bem aproveitadas, podem gerar combinações interessantes.
  • Boa experiência solo ou em grupos pequenos, com mais controle tático.
  • Existe espaço para expansões que corrijam os desequilíbrios atuais e adicionem mais variedade — algo que a Stonemaier costuma fazer com competência, como demonstrado em Viticulture e Scythe.

O preço compensa?

Uma crítica recorrente ao jogo na gringa, era o preço elevado para o conteúdo oferecido,no Brasil, o jogo é distribuído em português pela Galápagos e sai em torno de R$480,00. Muito da reclamação do preço lá fora foi devido às peças terem uma qualidade muito boa e alegam que se fosse mais barato com peças de pior qualidade, seria melhor. Discordo.

Expeditions Vale a Pena?

Expeditions não é, de forma alguma, um jogo desastroso. Ele apenas não é o que muitos esperavam ao ver o selo Stonemaier e a ambientação no universo de Scythe. Sua proposta é diferente — mais introspectiva, mais táctica e menos conflituosa. Para quem entra no jogo com essa mentalidade, ele pode agradar.

No entanto, para os fãs que buscavam a mesma emoção das cartas de aventura de Scythe, os dilemas morais, a tensão nos combates e a ascensão épica de sua facção… Expeditions pode parecer mais uma caminhada contemplativa do que uma jornada épica.

“Expeditions promete uma nova aventura em mechs, mas tropeça em sua própria ambição e falta de alma.”

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