Se você está pensando em mergulhar no mundo dos TCGs (Trading Card Games), Magic: The Gathering é, sem dúvida, um dos jogos mais envolventes e recompensadores que existem. Eu comecei a jogar como forma de me desconectar das telas e, honestamente, não imaginava o quanto isso transformaria meu tempo livre. Neste artigo, vou compartilhar a minha jornada de aprendizado e dar dicas práticas que eu gostaria de ter recebido quando comecei.
Por onde eu comecei: MTG Arena
O primeiro passo que dei foi baixar o Magic: The Gathering Arena, o aplicativo gratuito da Wizards of the Coast. Apesar de querer descansar dos jogos eletrônicos, o Arena foi essencial. O tutorial ensina o básico de forma clara, como a estrutura de turno, as fases do jogo, o funcionamento das cartas, e permite experimentar vários estilos de decks.
É ideal para quem não tem amigos que já jogam, porque você pode praticar sozinho, no seu tempo, e ir desbloqueando pacotes de cartas conforme joga. Além disso, o Arena oferece missões diárias que ajudam a acumular recursos dentro do jogo – eu consigo um booster por dia só cumprindo essas metas, sem gastar um centavo.
Mas vale o aviso: há cartas no Arena que não existem no físico, principalmente do formato Alchemy, com efeitos digitais exclusivos como Conjure ou Heist. Não se preocupe com isso no início, mas é bom saber que essas cartas não fazem parte da experiência física tradicional.
Aprender na prática e escolher um formato
Depois que me senti mais confortável no Arena, comecei a explorar os formatos que existem em Magic. Os principais são:
- Standard – Decks com cartas mais recentes, formato rotativo apenas com cartas lançadas nos últimos 2 anos
- Modern e Pioneer – Com cartas de coleções mais antigas e por consequencia mais baratas .
- Commander (meu favorito) – Formato mais social e casual, com decks de 100 cartas e apenas uma cópia de cada carta (exceto terrenos básicos). Você escolhe uma carta criatura para ser seu comandante e usa as outras para “fazer a guerra”. Tem um vídeo o Elba muito bom que explica como funciona:
Eu optei por começar com Commander, mesmo muita gente dizendo que não era ideal para iniciantes. E honestamente? Gostei demais. É um formato multiplayer mais descontraído, onde o mais importante é se divertir e socializar. Claro, existe um lado político e estratégico mais intenso, mas isso só torna tudo mais interessante com o tempo.
Primeiro deck físico: pré-construídos são seus amigos
Para minha estreia no físico, escolhi um deck pré-construído de Commander. Eles vêm prontos para jogar, com cartas equilibradas e temáticas. Algumas coleções específicas, como os decks de Dr. Who ou Senhor dos Aneis, são até bem fortes e ótimos para quem quer um produto completo logo de cara.
Você também pode começar com os Starter Decks, que são ainda mais baratos e simples, ideais para entender o básico sem se sentir sobrecarregado.
Jogar com outras pessoas: o que fiz e recomendo
Quando me mudei para a cidade onde estudo, fui atrás de lojas de jogos locais (LGS – Local Game Stores). Descobri que elas são o coração da comunidade de Magic. Lá encontrei torneios semanais, noites de Commander, drafts e, mais importante, pessoas amigáveis que estavam dispostas a me ensinar.
Se você quiser seguir esse caminho, recomendo usar o site oficial da Wizards of the Coast: https://locator.wizards.com/ – ele mostra as lojas mais próximas e seus eventos no Brasil e no mundo.
Muitas vezes, alguém da loja vai ter um deck extra e pode te emprestar para você jogar sem precisar comprar nada no início. Isso me ajudou muito nos primeiros encontros, antes de montar meu próprio baralho personalizado.
Começar com Drafts – outra excelente porta de entrada
Depois de aprender o básico, experimentei jogar Drafts (formato limitado onde você monta o deck na hora com boosters). É uma forma barata de se divertir, construir coleção e aprender a tomar decisões com cartas novas. Além disso, é ótimo para quem quer migrar para formatos como o Standard ou Modern depois.
Dicas finais que me ajudaram muito
- Não tenha pressa. Magic tem uma curva de aprendizado grande, mas cada passo é uma descoberta divertida.
- Escolha um estilo de jogo que combine com você. Tem deck de controle, agressivo, combo… experimente até encontrar o seu.
- Não gaste muito no início. Use o Arena, participe de eventos gratuitos, troque cartas com amigos.
- Seja curioso. Procure vídeos no YouTube, leia artigos, pergunte nas lojas ou em grupos online.
- O mais importante: divirta-se. No final, Magic é um jogo – e jogos existem para conectar pessoas e criar boas memórias.
Conclusão: vale a pena começar?
Definitivamente, sim.
Magic me proporcionou um novo círculo social, me ajudou a sair das telas quando eu precisava, e ainda me deu um desafio intelectual constante. Aprendi a montar decks, pensar estrategicamente, lidar com perdas e vitórias de forma saudável.
Se você está começando, minha sugestão é: baixe o Arena, vá a uma loja local, experimente Commander com um pré-construído, e explore os formatos aos poucos. Com o tempo, você vai encontrar o seu lugar nesse multiverso de possibilidades.
