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Azul: Duel Vale é Bom?

Quando ouvi falar de Azul Duel, confesso que fiquei empolgado. Como um fã de longa data do Azul original — aquele jogo elegante e taticamente delicioso que transforma azulejos portugueses em uma batalha de encaixes e bloqueios — a ideia de uma versão exclusiva para dois jogadores parecia promissora. Afinal, Azul já funciona muito bem com duas pessoas, então criar uma experiência “dedicada” soava como um passo natural. Mas… será que Azul Duel entrega mesmo essa promessa?

Azul Duel, Jogo de Tabuleiro, Galápagos
  • SEU JOGO FAVORITO DE ALOCAÇÃO de azulejos agora em uma versão de duelo;
  • VERSÃO PARA 2 PESSOAS do Azul, com novas mecânicas pensadas exclusivamente para duelos;
  • NOVOS ELEMENTOS de construção, que permite que jogadores construam tabuleiros a partir de layouts novos;
  • OBJETIVOS de fim de jogo que variam

Depois de algumas partidas, minha resposta é: depende. E explico por quê.

Primeira impressão

Não dá pra negar: Azul Duel mantém aquele padrão visual que virou marca da série. O tema Sol e Lua é bonito e o design gráfico continua cativante. Mas, infelizmente, essa beleza não se estende à qualidade dos componentes. As tabuleiras dos jogadores são finos demais, dobram com facilidade e não ficam planos na mesa. O trilho de pontuação escorrega com o menor toque. A torre para descartar as peças é até estilosa, mas… não cabe na caixa sem desmontar — o que, sinceramente, é uma frustração.

Depois de jogos como Azul Mini, que vieram com tabuleiros duplos, parece um retrocesso. E olha que eu estaria disposto a pagar um pouco mais se a qualidade acompanhasse o cuidado visual.

Jogabilidade: mais opções, mas menos diversão?

Agora vamos ao coração do jogo. Azul Duel adiciona novas camadas de complexidade: fichas bônus, diferentes modos de coleta de peças, e mecânicas que parecem prometer mais profundidade estratégica.

Na prática, porém, senti que o jogo ficou mais truncado do que profundo.

A nova mecânica de empilhar fichas restantes verticalmente, por exemplo, adiciona uma etapa que mais parece uma barreira à fluidez do jogo do que uma decisão estratégica envolvente. Muitas vezes, eu me pegava clicando (joguei também no BGA) ou organizando as fichas da forma mais rápida só pra passar logo pro próximo turno. Simplesmente… não era uma decisão interessante.

Além disso, o jogo se torna menos confrontacional. No Azul clássico, especialmente em dois jogadores, há aquela tensão constante de observar o tabuleiro do oponente, tentar travar jogadas, forçá-lo a pegar mais fichas do que pode carregar. Em Azul Duel, isso se dilui. Os caminhos são mais abertos, os bloqueios menos eficazes. Fica com cara de jogo de estratégia paralela, quase como dois jogadores resolvendo seus próprios puzzles lado a lado, com pouca interação direta — um pecado, considerando o nome “Duel”.

Vale como substituto do Azul original?

O que vem na caixa de Azul: Duel

Se você nunca jogou Azul ou não tem o jogo base, talvez o Duel seja interessante como porta de entrada — especialmente se o seu foco for exclusivamente partidas para dois jogadores e você quiser algo mais estratégico.

Agora, se você já tem o Azul original, minha opinião é clara: não vale a troca.

O original é mais direto, mais elegante, mais rápido e mais tenso — qualidades que, para mim, definem a essência de Azul. O Duel tenta ser mais “gamer”, com mecânicas extras e complexidade adicional, mas acaba sacrificando a fluidez e o charme que me fizeram amar a série.

Duel é para quem?

Azul Duel não é um desastre, longe disso. Ele é visualmente bonito, tem ideias interessantes e oferece uma nova abordagem para quem busca mais camadas táticas em um jogo para dois.

Mas, para mim, ele tropeça ao tentar reinventar o que já era praticamente perfeito.

Se você ama Azul pelo que ele é — um jogo rápido, elegante e com decisões tensas e acessíveis — provavelmente vai se decepcionar com essa versão. No entanto, se você gosta de jogos mais elaborados e não se importa com uma curva de aprendizado um pouco mais longa, talvez valha o teste.

No fim das contas, Azul Duel me deixou com aquela sensação estranha de ter jogado algo que tentou melhorar demais o que já era ótimo.

Nota final (pessoal e honesta):

8/10


Resumo da experiência

AspectoAvaliação Pessoal
Estética/Design⭐⭐⭐⭐☆ (Bonito)
Qualidade dos componentes⭐⭐⭐☆ (Bom, mas abaixo da média para Azul)
Jogabilidade⭐⭐⭐⭐☆ (Mais complexa, porém divertida)
Interação entre jogadores⭐⭐⭐☆☆ (Menos confronto que o original)
Rejogabilidade⭐⭐⭐☆ (Alta se você curtir as mecânicas)

Se você já jogou, o que achou de Azul Duel? Concorda comigo ou teve uma experiência diferente?

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