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As Ruínas Perdidas de Arnak, um board game que Vale a Pena?

Tabuleiro do jogo arnak montado sobre uma mesa

As Ruínas Perdidas de Arnak chegou ao mercado com grande alarde, sendo rapidamente alçado ao topo dos rankings de jogos de tabuleiro modernos. Com sua proposta de unir alocação de trabalhadores, construção de baralho e exploração arqueológica, o jogo conquistou atenção graças ao seu visual deslumbrante e à fluidez de sua mecânica. Mas será que todo esse sucesso é merecido? Vamos analisar os pontos fortes e fracos do jogo com um olhar crítico e equilibrado.

Um jogo acessível e elegante

Arnak brilha ao oferecer uma experiência acessível mesmo para iniciantes. As regras são simples de explicar e o jogo flui bem desde a primeira rodada. O visual é outro ponto de destaque: arte caprichada, tabuleiro impactante e componentes de alta qualidade criam uma imersão visual difícil de ignorar. Basta abrir a caixa para sentir-se em uma expedição misteriosa a ruínas antigas e templos esquecidos.

Além disso, Arnak se encaixa perfeitamente no gênero “puzzle de eficiência”, exigindo que os jogadores façam o máximo possível com poucos recursos e ações limitadas. Com apenas cinco rodadas e dois trabalhadores por turno, cada decisão precisa ser cuidadosamente planejada — especialmente em partidas mais competitivas.

Deckbuilding… mas só na superfície

Apesar de se apresentar como um jogo de construção de baralho, Arnak trata essa mecânica de forma bastante contida. Na maioria das partidas, os jogadores compram poucas cartas e reciclam seu baralho com baixa frequência. Isso faz com que a construção de combos complexos, comum em outros jogos do gênero, seja quase inexistente aqui. Há quem aprecie essa abordagem mais “controlada”, mas para quem busca profundidade no deckbuilding, Arnak pode soar raso.

Alocação de trabalhadores e o desafio da limitação

Outro aspecto limitante é a alocação de trabalhadores. O jogo nunca permite expandir significativamente o número de ações disponíveis por turno. As opções de onde ir são muitas, mas o número de ações é pequeno — o que força o jogador a priorizar e cortar caminhos com frequência. Isso pode ser visto como um ponto positivo, pois o jogo exige escolhas significativas, mas também pode ser frustrante para quem gosta de desenvolver estratégias mais expansivas.

A trilha de pesquisa: o verdadeiro motor do jogo

Entre os diversos caminhos para a vitória, a trilha de pesquisa acaba se sobressaindo. Avançar nela concede pontos diretos e bônus valiosos, o que a torna uma escolha quase obrigatória. Embora haja outras formas de pontuar, como explorar locais ou enfrentar guardiões, elas tendem a ser menos eficientes. Isso gera uma certa repetitividade entre partidas e limita a sensação de liberdade estratégica que o jogo tenta transmitir.

Fatores de sorte e rejogabilidade

Apesar de ser um eurogame, Arnak incorpora uma dose razoável de aleatoriedade: as cartas que surgem no mercado, os locais revelados ao explorar e os guardiões enfrentados. Embora esses elementos tragam variedade e surpresa, eles também podem impactar significativamente o desempenho dos jogadores, especialmente nos momentos finais, quando as opções são escassas.

Ainda assim, o jogo mantém uma boa rejogabilidade por conta dos caminhos múltiplos à vitória e dos pequenos ajustes táticos que cada partida exige. Jogadores experientes tendem a levar vantagem, mas o jogo oferece o suficiente para que novatos se sintam motivados a melhorar.

Arnak é superestimado?

Essa pergunta não tem resposta absoluta, mas é importante notar que As Ruínas Perdidas de Arnak não revoluciona nenhuma de suas mecânicas. Ele apresenta um conjunto coeso, elegante e belíssimo, mas não inova em nenhum aspecto específico. Para alguns, isso basta. Para outros, especialmente os que já estão familiarizados com uma grande variedade de títulos euro, pode parecer que “falta algo”.

O jogo está longe de ser ruim — na verdade, é um exemplo de execução técnica sólida. Mas sua fama pode criar expectativas que ele talvez não consiga cumprir para todos os públicos.

Conclusão: um excelente jogo, mas com ressalvas

box do jogo arnak

As Ruínas Perdidas de Arnak é um jogo belamente produzido, acessível e estrategicamente satisfatório dentro dos seus limites. Ele brilha como uma introdução ao mundo dos eurogames híbridos e encanta com sua ambientação e fluidez. Contudo, jogadores em busca de profundidade estratégica, personalização de baralho e liberdade tática podem se sentir limitados após algumas partidas.

Arnak não precisa ser revolucionário para ser divertido — mas saber o que esperar é essencial para aproveitá-lo ao máximo.

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