Eu já tinha ouvido muito falar de Splendor, mas foi com Splendor: Duel que realmente me apaixonei por esse universo. Enquanto o Splendor clássico é sólido, acessível e elegante, sua versão Duel me conquistou de forma imediata. Parece que tudo nele foi pensado para tornar a experiência a dois mais intensa, estratégica e envolvente, e, honestamente, depois que joguei, fica difícil voltar para o original.
A Essência do Jogo
Em Splendor: Duel, a corrida é clara: vencer por um dos três caminhos possíveis — 20 pontos totais, 10 pontos de uma única cor ou 10 coroas. Essa multiplicidade de condições de vitória já muda completamente a dinâmica. Não há uma rota única para o sucesso, e cada partida pode se desenrolar de maneira muito diferente, dependendo de quais cartas aparecem e de como os jogadores se enfrentam.
O tabuleiro de gemas compartilhado adiciona um tempero estratégico: você não coleta simplesmente o que quer, mas o que consegue alinhar numa fileira. Isso gera uma tensão deliciosa — às vezes, você pega fichas que nem precisa, só para bloquear o adversário. Outras vezes, arrisca deixar passar uma oportunidade, torcendo para que seu oponente não perceba.
Estratégia e Tensão Constante
O que mais me agrada é o equilíbrio entre clareza e profundidade. Os valores das cartas fazem sentido, as habilidades especiais realmente importam e os bônus dão identidade a cada estratégia. Não me sinto travado calculando infinitas possibilidades; pelo contrário, o jogo flui de forma ágil e ao mesmo tempo cruel — cada erro pode custar caro.
Há, sim, um elemento de sorte nas cartas que entram no mercado, mas ele nunca me pareceu dominante. O que define a partida, na maioria das vezes, é a leitura do adversário e a capacidade de se adaptar. É um verdadeiro duelo de mentes.
Duel vs. Splendor Clássico
Confesso que, depois de jogar Splendor: Duel, tive dificuldade em gostar tanto do Splendor clássico. Ele é mais básico, depende muito de correr atrás de pontos diretos ou de pegar os bônus reais, mas senti que faltava aquela tensão vibrante que o Duel entrega. Enquanto o Splendor tradicional funciona bem como jogo introdutório e familiar, o Duel se mostra uma experiência refinada, quase como uma evolução natural — pelo menos para mim.
Componentes e Produção
Outro ponto que não dá para deixar de mencionar é a produção. As fichas continuam pesadas e gostosas de manusear, e a caixa compacta engana: lá dentro existe um jogo de altíssima qualidade. O preço acessível frente ao capricho dos componentes é um bônus que só reforça minha admiração por esse título.
Para Quem é Splendor: Duel
Se você joga principalmente em dois, não tenho dúvidas: esse jogo merece um lugar fixo na sua prateleira. Ele é rápido, leva em torno de 30 minutos por partida, mas entrega emoção o suficiente para você querer jogar de novo assim que termina. Para mim, é daqueles jogos que parecem pequenos mas que surpreendem com o quanto entregam.
Agora, é importante deixar claro: se você busca algo para mais jogadores, essa não é a escolha. Splendor: Duel é exclusivo para duas pessoas. Também não há modo solo oficial, embora exista uma variante criada por fãs.
O Splendor: Duel Vale a Pena?
Splendor: Duel foi uma surpresa brilhante. Eu esperava apenas um derivado simplificado do clássico, mas encontrei um jogo enxuto, elegante e cheio de tensão. Ele consegue ser estratégico sem complicação, competitivo sem se arrastar, e emocionante sem perder a leveza.
Para mim, é o tipo de jogo que define o que um bom design deve ser: simples de entender, difícil de dominar e incrivelmente prazeroso de jogar. Se você gosta de duelos diretos e está procurando um board game envolvente para duas pessoas, este aqui é um tesouro que merece ser descoberto.
