Sempre achei fascinante como Yu-Gi-Oh! evoluiu ao longo dos anos. Comecei assistindo ao anime como muitos outros, achando que aquelas cartas incríveis e monstros épicos eram só uma forma criativa de contar uma história. Mas, conforme fui me aprofundando no universo do jogo, percebi que por trás de cada carta pode haver toda uma mitologia — ou lore, como muitos chamam — e essa mistura de ficção, misticismo e multiverso é o que torna Yu-Gi-Oh! tão especial pra mim.
De onde surgiram as cartas?

O mais curioso é que as cartas nem eram o foco principal no começo. No mangá original, criado por Kazuki Takahashi, o jogo de cartas era só mais uma das “armadilhas” nos jogos perigosos do Yugi. Era meio que uma paródia dos TCGs da época, tipo Magic: The Gathering. Mas esse jogo fictício fez tanto sucesso que acabou dominando o mangá e virando a espinha dorsal do anime.
Aí veio a ideia genial: transformar o Duel Monsters num jogo com raízes místicas. No anime, explicam que as cartas vêm de rituais do Antigo Egito, onde magos duelavam com monstros reais, esculpidos em lajes de pedra gigantes. Aquilo me pegou de jeito! Toda a estética egípcia, os olhos de Anúbis, o fundo das cartas normais imitando pedra-areia… tudo fazia parecer que existia algo muito antigo e poderoso por trás do jogo.
Os monstros eram reais?

Na história do anime, sim! Monstros como o Dragão Branco de Olhos Azuis, por exemplo, eram considerados entidades espirituais reais. Alguns até eram ligados à alma de pessoas, como a Kisara. Achei genial quando descobri que os duelistas, no fundo, estavam canalizando esses espíritos — como se cada carta fosse uma janela para uma força maior.
Mais tarde, com o arco de Orichalcos e as séries seguintes, a coisa expandiu: começaram a mostrar que esses monstros viviam em dimensões próprias. Em Yu-Gi-Oh! GX, por exemplo, revelam que existe um mundo dividido em doze dimensões, onde vivem os Espíritos de Duelo. E os humanos podiam interagir com eles — ou até se tornar um deles!
A parte das cartas com história própria
Uma das coisas que mais me prenderam ao TCG (o jogo de cartas real) foi quando descobri que algumas coleções tinham histórias só delas. Isso começou a aparecer forte lá pela era Synchro. As cartas da série Duel Terminal (ou Arsenal Oculto, no ocidente) mostravam um conflito épico entre tribos de monstros e invasores espaciais chamados Worms. Achei incrível como dava pra seguir uma narrativa só analisando os nomes, artes e efeitos das cartas.
A partir daí, o jogo passou a investir pesado nisso. Cada novo arquétipo (como Shaddoll, World Legacy, Zoodiac, etc.) vinha com uma mini-história por trás. E não era coisa rasa, não — algumas dessas tramas envolvem traições, guerras, evolução tecnológica e até ciclos de renascimento. Para quem curte ficção com toque mitológico, é um prato cheio.
E os multiversos?

A essa altura, já estava claro pra mim que o universo de Yu-Gi-Oh! não era um só. Cada série de anime parece se passar numa realidade alternativa. Em 5D’s, tudo gira em torno de tecnologia, em Zexal tem coisas interdimensionais, Arc-V abraça completamente o conceito de multiverso e SEVENS muda tudo de novo com os Rush Duels. Inclusive, SEVENS traz uma explicação totalmente nova: ali, as cartas são programações, e monstros são criados a partir de falhas no sistema. É completamente diferente da origem mística do anime clássico.
Isso pode parecer confuso, mas é o que torna o universo de Yu-Gi-Oh! tão divertido. Não tem uma única linha do tempo rígida — são vários mundos coexistindo, cada um com suas próprias regras, lendas e interpretações sobre o que é um duelo.
O que eu mais gosto nisso tudo
O que me prende em Yu-Gi-Oh! não é só o jogo, mas esse pano de fundo cheio de possibilidades. Saber que aquele dragão que você invoca pode ter sido um guerreiro ancestral, um espírito alienígena ou um soldado de um mundo cibernético é algo que dá outra dimensão à jogada. É como se, ao colocar uma carta no campo, você também estivesse contando uma parte de uma história maior.
O meu único problema com o jogo hoje em dia é devido ao número de mecânicas que ficaram tão complexas que acabam afastando novos jogadores. É difícil eu convencer algum amigo a começar a jogar por causa disso.
Minha Opinião
Yu-Gi-Oh! é mais do que um jogo de cartas. É um universo expansivo onde cada carta pode ter um passado, uma origem e uma história a ser descoberta. O jogo começou como algo simples, uma homenagem ao Egito Antigo, mas se transformou num multiverso com várias realidades e histórias paralelas que convivem — e às vezes até se cruzam.